[Resenha] Sempre Fui Azul - Lorhan Rocha




Olá queridos como estão?

Hoje trago a resenha de um dos lançamentos recentes da Editora Skull, esse livro amorzinho escrito pelo Lohran Rocha. Em "Eu Sempre Fui Azul", você vai chorar, vai sorrir e o mais importante conhecer um lado da cor azul que normalmente muitos ignoram.


Sinopse

Muitos encaram a depressão de maneiras diferentes, alguns se escondem da sociedade mantendo-se em um quarto escuro. Paulo se inclui nessa classe de pessoas, mas diferente delas, seu quarto não é escuro, ele é Azul, assim como seus sentimentos.
Paulo tem 17 anos e após perder sua mãe e se distanciar de seu pai se encontra vivendo com seus avôs, a vida não é mais fácil, mas também não tão difícil como imaginou que seria, mesmo assim se aventurou no famoso, Baleia Azul. Prestes a cometer a sua última tarefa imposta por seu Curador, bem ao alto do Cristo Redentor, Paulo é interrompido por Alice Silva.
Seria Alice um milagre em sua vida? Seu surgimento foi pura coincidência ou totalmente intencional?


O livro começa com Paulo se preparando para pular do Cristo redentor como última tarefa do Baleia Azul. Ele prevê tudo o que vai acontecer, o que as pessoas irão dizer ou o que irá compor o cenário de sua morte. Ele esta decidido até que alguém surge e vai contra a tudo que ele havia pensado que seria. Alice, a menina mais bonita da escola surge para impedir Paulo de pular.

Eles começam uma amizade, onde Alice diz que irá cuidar de Paulo para que a vida dele fique menos azul. Todos os dias os dois se encontram, no começo isso acontece contra a vontade do garoto que só quer ficar sozinho e fazer com que a vida de Alice não se torne complicada por ela esta falando com um dos nerds da escola.

Porém Paulo vai conhecendo Alice e descobrindo coisas em comum com a garota que ele nunca sonhou que seria possível, como o fato de Alice ser tão fã de Star Wars quanto ele. Um romance vai surgindo e com ele uma mistura de cores no quarto e na vida do menino.

Paulo mora com seus avós, seu avô é um senhor rígido e de poucas palavras, já sua avó é uma senhora que tenta entender o neto e fazer com que a vida do menino seja mais leve tentando sempre dar espaço ao neto e comprar coisas que o menino goste.

No decorrer do livro vão sendo apresentados alguns personagens bem intencionados como a nova professora de português ou a enfermeira da escola que sempre ajuda Paulo e seu primeiro amigo da escola, o Pablo que se mostra uma pessoa divertida e companheira. 

Tem também as pessoas má intencionadas como o trio de valentões que é liderado por Matheus, um repetente que coloca o terror em todos na escola e criou uma espécie de ditadura implícita que todos tem que seguir na base do medo.  
"- Sei que precisa de ajuda, e se precisa de alguma coisa, estarei aqui Paulo. Você pode ler esse livro e podemos conversar sobre o quanto Moby Dick é incrível e quanto o mar é assustador, principalmente quando o navio naufraga e você fica em alto mar, sozinho... Na esperança de que alguém chegue a um bote e estenda a mão. - Ela volta a andar em direção a sua mesa e arruma suas coisas e ao chegar à portada sala me lança um breve adeus com o braço direito no ar." - Pag. 24
Paulo nos conta sua história abordando assuntos como bullying, agressão, depressão e suicídio, temas difíceis de serem abordados mas que fazem parte do nosso cotidiano e da vida do nosso protagonista. O autor neste livro conseguiu trazer em poucas páginas o impacto que palavras, atitudes e até mesmo decisões fazem na vida de uma pessoa, e claro trabalhar com este assunto delicado mas de extrema importância que é a depressão de forma que conseguimos entender um pouco de como é se sentir azul.

Um ponto que achei interessante que o autor abordou na história foi mostrar os dois lados do Baleia Azul de forma sútil. De um lado a pessoa que aceita as tarefas do jogo e do outro a pessoa que passa estas tarefas. Isto com certeza foi algo difícil de se introduzir, pois são pessoas brincando com a vida de outras, e isso não quer dizer que não exista consciência para pesar.
"Nesse momento como em todos os outros da minha história. Ao ligar o abajur tudo fica azul, o enorme Dart Vader do quarto, a estante em acrílico, as miniaturas de personagens, meus HQ's e a enorme estante de livros. Mas, além disso, de todas as coisas azuis que havia no quarto a mais linda estava bem a minha frente, Alice." 
O livro é bem escrito, a história flui de forma leve e conforme as páginas passam o autor vai introduzindo elementos que tornam o livro emocionante. 

O autor soube trabalhar muito bem o amadurecimento dos personagens, principalmente Paulo que teve um avanço significativo que eu posso dizer até que foi uma superação pessoal conseguir se socializar com os outros, conseguir de certa forma se abrir sentimentalmente para outras pessoas entrarem em sua vida e fazer parte dela. 

A parte que mais gostei foi quando a professora de português de Paulo faz analogia de Mob Dick com a Baleia Azul e eu achei genial pois nesta parte ela abordou sonhos, conquistas o que acho que fez toda a diferença para Paulo parar e analisar a situação com mais calma.

O final é trágico (prepare os lenços de papel pois irá precisar) mas sinceramente não esperava algo muito diferente pois precisava ser assim para trazer o impacto do tema em si, mas confesso que foi emocionante e torci até o final para que as coisas descem certo.


Eu recomendo o livro para quem gosta de uma leitura mais voltada para o sentimento dos personagens, em "Eu Sempre Fui Azul" você precisa esta preparado para entender cada sentimento do universo de Paulo e entender o que ser Azul significa.


Espero que tenham gostado da resenha e se você se interessou pelo livro pode estar adquirindo no site da editora Skull clicando aqui!

Um até logo e beijos de luz

3 comentários

  1. Gostei muito dessa incrível resenha!

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    1. Que bom, fico feliz que tenha gostado! Obrigada pela visita!

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    2. Olá Lorhan! Pra mim é muito importante você ter gostado!

      Obrigada de coração pela visita!!

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